quinta-feira, 17 de abril de 2008

Relato da Prova do STC

No passado Sábado correu-se a 2ª prova a contar para o Memorial Carpinteiro Albino, desta vez nas instalações do STC, em Queluz de Baixo.

Para esta prova apresentaram-se à partida 34 concorrentes, ávidos em obterem ainda melhores resultados conseguidos no rali anterior.

Em termos de novidades, José Martins apresentava uma nova montada em substituição do Alpine, um Porsche Carrera 2.7, réplica do carro de Américo Nunes, no tempo do Vip Racing Team, um carro que marcou a sua época, principalmente pela sua decoração integralmente feita com papel autocolante.

Também novidade foram naturalmente duas caras novas e que aderiram a este Memorial. Olga Baptista, com um Renault 8s e Luís Filipe Carvalho com um Fiat 124 Spyder. Muito embora tenha sido inscrito mais uma réplica, desta vez um Cooper S, o de César Torres, para mais uma concorrente, mas por motivos de saúde, ainda não foi desta vez que o vimos a andar.

Em termos organizativos, este Memorial continua a espantar-nos. Se das primeiras provas, o Memorial de apresentação e o 1ºrali organizado pelo Slot Clube da Arrábida, não houve nada a reclamar, relativamente a toda a organização, levando cada uma um louvor dos participantes, nesta poder-se-á dizer que nada se pôde reclamar, já que, do Clube organizador, o STC, ninguém deu a cara a não ser para os “comes e bebes”.

Valeu a abnegação dos elementos do MCA bem acompanhados por outros concorrentes para colmatar essa falta.

Por alguma razão este Memorial está a ser muito “suigéneris”. Pena é que este Clube não tenha percebido não só o esforço do “alma mater”deste evento nem o carinho com que foi aceite tanto por patrocinadores como pelos concorrentes, esses sim um lote incrível de verdadeiros “gentlemen and women slot drivers” que voltaram a proporcionar um nível de convívio entre todos suficiente para, de algum modo, suplantar todas as dificuldades com que alguns elementos se confrontaram.

Em termos desportivos esta crónica vai iniciar-se pelos chamados “bravos do pelotão”, aqueles que, indiferentes às guerras para os primeiros lugares à geral, vão mantendo umas batalhas entre si, para a melhor classificação no agrupamento.

No campo dos carros de Turismo, desta vez os BMW 2002 tii estiveram imbatíveis, através tanto de Jaime Almeida como de Luís Santos, ambos a protagonizarem uma luta fratricida acabando apenas com uma diferença de 6 segundos no fim de 6 passagens. Assim a frio,até dá a ideia que Jaime Almeida foi ganhando 1 segundo por troço.

No entanto se no 1º troço Jaime ganhou 2 segundos, no 2º Luís Santos ganhou 3, para a seguir não aguentar a pressão e perder 10, para se recompor e igualar no seguinte. Na 3ª etapa em ambos os troços foi galgando segundos e se mais troços houvesse, talvez as posições se tivessem alterado.

Em 3º lugar do agrupamento, manteve-se Luís Cardoso cujo Alfa não se deu muito bem com o troço de terra cuja trepidação provocava descontrole no modelo.

Para o 4º lugar, voltou a verificar-se nova luta. Desta vez, o pequeno Abarth de Paulo Campos teve que “suar as estopinhas” para aguentar a andamento surpreendente do Saab 96 de Fernando Maia, que, demorou a aquecer. Se na 1ª Etapa perdeu 5 segundos para o Abarth, empataram na 2ª Etapa e um despiste na última PEC determinou a classificação.

Outra luta interessante manteve Luís Góis , BMW 2002, Jorge Gregório, Cortina Lotus e Ivo Tavares terminando a escassos 4 segundos entre este trio.

Entre as Senhoras, Elisabete Duarte e Catarina Teixeira mantêm vivo o seu duelo com vantagem para o AC Cobra, por 3 segundos, em relação ao Austin Healey.

Mizé e Celeste Cardoso estão mais atrás fruto de , digo eu, pouco treino (as lides da casa a quanto obrigas…). Por inteira culpa do seu preparador, Olga Batista não pôde mostrar os seus dotes, com um Renault 8 s a precisar de melhoramentos.

Quanto ao grupo dos Grande Turismo, Filipe Pires continua a mostrar a sua classe, mantendo-se sempre na luta pelo título. Nesta prova, para além de ter ganho no grupo, foi o segundo classificado à geral. Mário Rosas ainda esboçou uma tentativa de ataque mas um despiste no 2º troço, numa zona com pouco público, originou uma perca de muito tempo para voltar a pôr o carro na “estrada”, conseguindo mesmo assim assegurar o 2º posto à frente dos combativos José Martins e Álvaro Simões, também eles diferenciados por 2 segundos. Mais atrás, João Garcia nada conseguiu fazer contra o duo de Jaguares XK 120 de Carlos Ferrari e Paulo Chaves.

Para a classificação geral voltou-se a assistir a uma guerra feroz entre José Serrão de Faria, Filipe Pires, João Cavaco e Pedro Menezes, que acabaram por esta ordem.

Para se ter uma percepção do empenho destes quatro concorrentes, fica aqui a soma total de pontos de cada um, respectivamente 270,844 para o 1º, 273,492 para o 2º, 276,316 para o 3º , e 276,491 para o 4º classificados.

Muito embora a prova não tenha corrido isenta de problemas, (o troço nº 1 que servia para 3 passagens, acusou problemas na tomada de tempos, pelo que teve que ser anulado,) é um facto que, por vezes também ouvimos falar de problemas que surgem nas provas de estrada na escala 1/1. Não é desculpável e obriga à Direcção deste Memorial a ser mais intransigente com os clubes organizadores.

Não me querendo alongar mais na crónica, lembro-vos que este Memorial contempla modelos de carros de épocas diferentes e de provas também diferentes.

Estas duas primeiras provas contemplaram a época mais recente em que os resultados se obtinham em PECs (Provas Especiais de Classificação) onde os troços eram fechados e o resultado era obtido em andamento o mais rápido possível.

Agora há que contemplar-se as provas mais antigas, onde o percurso era idealizado em estrada aberta ao trânsito e onde prevaleciam as médias e os controles horários apertados, por vezes com Kms roubados. Hoje em dia, também encontramos provas de clássicos, em circuito, onde os concorrentes são obrigados a manter uma média previamente estipulada pelos próprios e onde se vai considerar como penalização as diferenças em cada volta.

Em França existe um troféu com várias provas de 6 horas para dois ou três condutores com este princípio.

Neste contexto, não me admiraria se, na próxima prova que vai contemplar um cenário destes, aparecesse o Citroen 2 CV em 1º lugar (isto se o Garcia não for preguiçoso e fizer uns pequenos ajustes na viatura).

Proximamente voltaremos a dar notícias sobre a prova.



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